sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Skype

Tenho certeza que você sabe o que é o Skype. É um programa gratuito e de mensagens instantâneas,permitindo conversas de voz, webcam e chat com pessoas do mundo todo. Eu tenho usado paramanter o contato com velhos amigostodos nós fomos para faculdades diferentes há duas semanas.Na semana passada eu estava conversando com Annie, uma garota que eu costumava sair no colégio.Nós tínhamos acabado de nos mudar para nossos dormitórios e o primeiro semestre ainda não havia começado; por isso tínhamos bastante tempo para conversar. Passávamos quase a manhã inteira no Skype, as coisas que conversamos, não era exatamente interessante.

Enfim, foi uma manhã de segunda-feira. Eu tinha ido ha uma balada na noite anterior, por isso ainda estava de ressaca, mas eu fui acordado pelo barulho de uma chamada SkypeAmaldiçoando o fato de que eu tinha deixado o meu notebook aberto e massageando minhas têmporaseu tropecei para fora da cama.

-Hnngh ... Alô



Meus olhos turvos lutaram para se concentrar no monitor dolorosamente brilhante diante de mim.Era Annie, ela se mostrou sorridente, ostentando seus novos fones de ouvido. Ela deu um acenoalegre e eu respondo com um meio sorriso.

- Olha, parece que alguém exagerou na dose ontem a noite – Ela brincou 

- Realmente, você deveria ter me visto noite passada, meus movimentos de dança humilhou todos no clube.
- É imagino. Ei, você não tem uma reunião com o seu tutor para introdução hoje de manhã?
Olhei para o meu calendário, mas a tinta se recusou a parar de se contorcer na página. Eu achava que ela estava certa, e a pequena quantidade de luz solar penetrou em meu domínio sombrio sob as cortinas.

Sim, foda-se – eu disse E você? O que você está fazendo hoje?

- Estou na esperança de receber um telefonema da Érica. Ela desapareceu ontem durante uma simulação de incêndioEla deixou uma carta em sua mesa, dizendo que ela estava indo para casa.

- E quem é Érica? - Eu perguntei meio sérioVocê sabe como é: os seus amigos falam de que muitas pessoas que apenas esquecemos depois de um tempoAnnie fez uma cara de impressionada.

- Minha colega de quarto. Ela simplesmente desapareceuQuero dizersó faz um dia, mas ainda é estranho. Depois vou ligar para seus paisapenas para verificar se esta tudo bem.

Dei de ombros. Faça isso. Melhor prevenir do que remediar, não é?
Antes que ela pudesse responder, veio à gritaria repentina de um alarme. Annie disse algo que foi abafado pelo barulhoe eu cobri meus ouvidos fazendo uma careta. 

O-o que você disse? - Eu perguntei. Ela tinha que gritar no microfone diretamente

- Eu disse: isso é o alarme de incêndioÉ melhor eu ir lá fora, ou o diretor vai ter um ataque e fazer-nos fazer a coisa toda de novo.
Que horas eu devo ligar de volta? - Eu perguntei, levantando minha voz, tanto quanto a minha dor de cabeça batendo permitiria. 
Não se preocupe, eu só vou ficar fora por uns cinco minutos. Eu vou deixar o Skype aberto. 

Com isso, ela se foi, puxando os fones de ouvido e colocá-los no teclado. Depois de alguns minutosoalarme de corte

Então a porta se abriu. No entanto, não era AnnieAquilo estava usando um azul, manchado de tintacaldeiraum chapéu de estilo gorroe uma máscara feita a partir do crânio branqueada de algum tipo de cabra ou ovelha. Meus olhos foram atraídos para o seu lado, porémuma luva de borracha,enrolado em um ganchoo tipo que você vê atrás do balcão em açouguesPor alguns segundos, eu apenas sentado ali, entorpecido me perguntando se era Annie fazendo uma brincadeira comigo. 

- Que merda você pensa que está fazendo? - Eu griteiQuem é você?

Não houve resposta da figura. Ele não podia me ouvirOs fones de ouvido ainda estavam plugadosno notebook de AnnieEm vez disso, ele simplesmente ficou ali, olhando no quarto. Dez segundos depois, ele começou a se aproximar da mesa. Eu logo peguei meu celularEu tinha que avisar Annie!Selecionei o seu número na discagem rápida, sem tirar os olhos da figura na tela. Ele estava olhandofixamente para a câmeraolhos brilhando por trás de órbitas vazias

Chamando... 

Clique

Toque. 

A figura mascarada congelou. Entãolento e deliberadamente, atingiu o seu lado livre fora da câmera.Eu olhava contra a imagem pixelizadaentão meu coração afundou. 

Ele estava segurando o telefone de AnnieEla deixou sobre a mesa. 

A figura inclinou a cabeça para um ladobrincando comigo no que eu presumo que era para ser um olhar de penaantes de apertar o botão vermelho no celular ecolocar ao lado de seu notebook. Ele enfiou a mão noseu bolso, tirou algo branco e deixou em cima de seuteclado. Eu só vi por um segundo, mas parecia um envelope.

Ele atravessou o quarto abriu a porta do guarda-roupa, entrou inclinando-se para se adequar. Se virou paraolhar para o webcam diretamente. A luz pegou seus olhos, e o vi piscando para mim com um sorrisocruel. Em seguida, ele puxou fechou o guarda-roupa.

Olhei para o meu celular. Eu tinha que chamar a polícia, não havia dúvida disso, mas assim como eumarquei o primeiro digito, percebi a inutilidade do gestoNão haveria o incômodo de encontrá-los eentrar em contato com o departamento na cidade de Annie, a cinquenta quilômetros de distância. Mas chamei de qualquer maneira.

Chamando...

Clique.

Toque.

- Departamento de policia, qual a sua emergência?

- Sim, eu preciso de... 

Fiz uma pausa, no meio da frase.

Eu pausei, porque a porta se abriu e Annie correu para dentro. Seu cabelo estava molhado da chuvae ela sorriu enquanto se aproximava da webcam. Eu gritei tão alto que pude para ela correr, e eu sentias lágrimas beliscar os cantos dos meus olhosAnnie não me ouviuEla sentou-se, pegou os fones de ouvido e ajustou o volume

Por cima de seu ombro, a porta do guarda roupa se abriu. 

- Olá, senhor? Qual a sua emergência?

- SenhorVocê se machucouVocê precisa de uma ambulância?

- Você ainda está aí?

- Senhor?



O Gula

É de noite.

O inocente azul bebê do céu agora se torna um preto impuro.
Você não queria estar aqui, a simpatia dessas ruas morreram junto o pôr do sol e agora você vai caminhar sozinho.
Uma dose de medo desliza para sua garganta quando você percebe que tem companhia. Passos, o som de passos vindo de trás de você, você tem certeza que ninguém estava lá antes, ele devia estar te esperando.

Apenas dez minutos ou menos até você chegar ao seu ponto de ônibus, você sabe que está com medo, mas certamente ciente de sua própria curiosidade. O som dos passos ainda perturba mais você.
Você esta com um desconhecido, você sabe que não devia sentir medo, mas senti. Há alguém atrás de você que esta te observando caminhas por uns bons minutos, você não desviou nenhum olhar para ele.

Seu medo e curiosidade batalham um com o outro, os passos quase se tornam inaudíveis com o som de sua própria voz brigando consigo mesmo em sua cabeça. Você quer olhar, mas está com medo. O que está atrás de você? Ele esta te seguindo? Você vai parecer um idiota medroso se der uma olhada para trás? Você parou para amarrar seu cadarço já amarrado. Você finge tropeçar e por um segundo da uma olhada para trás e volta ao normal.

É um homem. Um homem muito gordo, careca, vestido uma jaqueta de couro que parece um pouco apertada, você não tem uma grande descrição com a curta olhada, mas o suficiente para sentir-se estranhamente mais calmo. Sua aparência, embora não seja a mais comum, não parece ter nada de tão desagradável nele. É apenas uma pessoa normal, talvez a caminho do mesmo ponto de ônibus que você. Uma coisa que se destacou em sua breve olhada era que ele estava usando um par de óculos de sol.

A única luz que iluminava era a luz do luar. Você tenta minimizar a situação com pensamentos agradáveis, embora sua mente começa a questionar a falta de energia dos postes de luz que deveriam estar funcionando. O som dos passos fica mais alto e mais frequente. Ele esta acelerando.

Você tenta andar no mesmo ritmo de seus passos para garantir que ele não vai alcança-lo; você se mantém lembrando-se que não é uma caminhada muito longa até chegar no ponto de ônibus, talvez alguém vai estar lá? Você continua a se questionar quais planos ruins que este homem poderia trazer e você até se sente culpado por fazer tais suposições dele. Ele é apenas uma pessoa comum. Você começa a perceber um som ofegante, ele deve estar ficando cansado. Seu físico não parece o mais atlético. Sua culpa cresce junto com o resseguro de inocência deste homem.

Sua respiração ofegante cresce junto com uma tosse, é uma tosse forte que soa como a de um fumante, mas certamente não soa como algo não humano. Você se sente ridículo po pensar em um termo de “não humano”, você está tão assustado quanto antes, você esperava ouvir um som de animal saindo da boca dele? Estes sentimentos de culpa e vergonha quer fazer você se virar, enfrentá-lo e pedir desculpas, mesmo que ele não vai ao menos ter ideia do que você esta falando. É uma sensação como se fosse a coisa certa para se fazer, você sabe que é obscuro confrontar uma pessoa com tais confissões desnecessárias.
Sua respiração ofegante cresce com outra tosse, uma tosse mais forte da ultima vez.

Ele começa a fazer barulho, seus passos soam mais como um tropeço, está é sua chance. Você decide se virar para ver se esta tudo bem com ele, ver se você pode ajudá-lo.

Você se vira, cheio de confiança, até que seus olhos se encontram com o rosto do homem. Seu lábios cobertos de uma saliva escura quando sua boca se abre, essa boca é diferente de qualquer outra que você já viu antes, ele parece ter fileiras de dentes desordenados dentro. Sua boca se mantém aberta; ele mantém aberta até que ele começa a se parecer mais como qualquer outra coisa do que um ser humano. Sua mandíbula se abre como a de uma cobra, distraído com a boca dele você não tinha notado as mudanças em seu corpo. O paletó está abrindo, você percebe os ossos e articulações servindo como uma estrutura para sua jaqueta, isso não é uma peça de roupa, é a sua própria pele. Os ossos de sua coluna vertebral se torcem enquanto seu corpo se abre, você pode ver sua caixa torácica fazendo o mesmo. Seus ossos crescem quando foram expostos; você vê algo se mover dentro dele. Você corre.

A criatura te segue, quando você tenta correr contra o vento que esta soprando no seu rosto, você percebe o som de estalos de ossos. Você não olha para trás para ver a nova forma desta criatura, não por não ver o caminho a sua frente, mas você não deseja mais ver algo tão horripilante quanto aquilo. Você aperta os dentes enquanto o vento tenta fundi-lo de volta em sua direção; ao virar a esquina você estará a poucos metros do ponto de ônibus. Você diz a si mesmo que o ônibus estará lá, você vai ser capaz de entrar e ir embora com segurança. Você ouve a criatura atrás de você e você toma um gole grande de adrenalina e vira a esquina.

O ônibus está lá, na hora certa de todo os dias, você pode facilmente entrar e pedir para acelerar na direção oposta daquela coisa. Com um sorriso de alivio no rosto você corre para a porta do ônibus. A porta está fechada e você se lança num estrondo sobre ela, gritando para que o motorista abra, você percebe que o motorista é o único a bordo. Você tem sua atenção, mas percebe o rosto dele reagindo mal ao seu medo. Quase como se este pesadelo fosse uma ocorrência diária.

Você se vira para a criatura para indicá-lo ao motorista, ele não deve ter notado, ele deve pensar que você está bêbado.  Quando você enfrenta a criatura, você percebe seu corpo  de gordura é na verdade composta de uma dúzia de braços ossudos dentro de seu peito;  Ele esta usando-os como uma aranha usa suas pernas. O que parecia ser o rosto de um homem foi dobrado para trás, expondo a própria aranha como o corpo da criatura. Você rapidamente volta atenção ao motorista; ele deve deixá-lo entrar agora.  A última coisa que você vê é um rosto todo deformado de um mostro avançando com a boca para devora-lo.

- Ele se alimentou noite passada?

- Sim, acho que foi o suficiente por uma semana ou algo assim.

Dois homens estavam sentado em um banco na movimentada rua da cidade, cheio de pessoas aproveitando o dia de sol. Ambos os homens usavam camisas azuis com um chachá do lado, um uniforme de motorista de ônibus.

- E fez muita sujeira?

- Não, não restou nada para se limpar, ele o devorou por completo, ja consegui plantar evidência para que um criminoso responda pelo desaparecimento dele.

A dupla ficou lá, olhando para a rua, de vez em quando olhando para baixo em um beco.

Ao lado do beco, eles podiam ver apenas uma cara gordo, careca, com um óculos de sol. Ele observava as pessoas passarem, apenas esperando o pôr do sol...

O palhaço, a tinta e as turbinas


Jamais esquecerei a experiência que vivi naquele lugar. Você deve ouvir isto para saber mais sobre a coisa que eu vi e porque você deve ser cuidado lá fora, o mundo é sombrio. Minha vida ficou traumatizada por este evento. Sinto que escrever sobre isso me ajudar a liberar algumas das terríveis lembranças do que aconteceu. Minha pobre família.


Quando eu era mais jovem, minha família comprou uma bela casa no que parecia ser no meio do nada. Era barato e apenas a 5 km da minha escola. Era maravilhoso. Eu me lembro de todas que aquelas vezes que eu costumava brincar no jardim com meus brinquedos e pensar sobre como grande a vida era. A escola obviamente era uma chatice, mas a ideia de que este lugar era meu parque de diversões natural era incrível. Eu era filho único, então tive que inventar alguns jogos para me manter entretido quando meus pais saiam. Minha vida era brilhante. Todos os dias depois da escola, eu voltava para casa, correndo lá fora e então entrar no meu mundo por horas. A vida era maravilhosa.

No entanto, havia duas perguntas que começaram a me incomodar depois de um longo tempo. Primeiro era que meus pais nunca me permitiam entram em seu quarto, e sempre deixam a porta firmemente trancada. Isso nunca realmente me incomodou no início da vida neste "palácio", mas então eu percebi que a coisa toda em si, era estranha. A segunda questão é esta: Havia campos que rodeavam nosso quintal e estes campos eram cheios de turbinas eólicas. Muitas delas. Não entendia pra que elas serviam naquela época. Foi há muito tempo atrás. Estas turbinas pareciam ser infinitas. Faziam me sentir muito fraco e vulnerável. Elas pareciam olhar para você, com os braços girando, girando, girando durante todo o dia. Disseram-me para nunca ir para esses campos. Não foi por causa das turbinas. Ah não. Foi por causa de uma figura que podia ser vista à distância durante todo o dia e a noite toda. Que diabos era aquilo?

Um dia, minha mãe foi à cidade e ela me deixou sozinho em nosso labirinto de uma casa. Digamos que foi irresponsável da parte dela, eu tinha apenas 9 anos e meu pai estava no trabalho, então ele não poderia cuidar de mim. De qualquer forma, eu só aceitei e ela saiu. Fiquei muito feliz de estar sozinho. Eu poderia brincar meus próprios jogos em casa e ninguém poderia me deter. Eu estava em êxtase. Eu não perdi tempo e fui para fora no jardim e as turbinas novamente pareciam olhar para mim, convidando-me para os campos onde eles trabalharam. Eu não pude resistir. Ninguém estava aqui para me repreender, então poderia escapar por alguns minutos!


Caminhei lentamente pelo meu jardim, chutando alguns brinquedos para fora do caminho. Minha mente começou a imaginar e inventar histórias. Eu olhei à esquerda e para a direita, depois me virei para ver se alguém podia me ver. Eu continuei em direção a cerca do jardim e no campo. Subi por cima do muro com muito esforço, como um velho tentando mover-se do seu lugar. Eu consegui pular a cerca de madeira e olhei com temor ao ver estas coisas. Então eu olhei para baixo na planície e notei que aquela figura. Ela estava muito longe, mas meus pais nunca saberiam o que eu fiz essa tarde. Então comecei a atravessar o campo, mantive meus olhos na figura. Não senti medo enquanto eu continuava em direção das turbinas, mas achei que devía voltar para trás. Não queria mais ficar neste campo. Não porque eu estava com medo disso. Geralmente eu não gostava das turbinas. Desta vez, eu estava entediado. Qual foi a razão disso tudo? Provavelmente meus sabiam que era apenas uma estátua ou algo assim. Eles só diziam pra me afastar para eu não sair da vista deles. Cada criança deve explorar. Faz parte do crescimento.

Eu comecei a voltar para trás, mas como eu fiz isso, o céu de repente ficou escuro. Muito escuro. Deve ter chegado a uma nuvem de tempestade. Ótimo. Agora eu poderia ficar todo molhado e eu seria apanhado pelos meus pais. Comecei a correr de volta para casa. Algo não parecia certo. Todo o meu corpo começou a se sentir formigamento, como um arrepio gelado. Eu corri de volta para a casa e levou e dei uma rápida olhada no campo, foi quando eu notei isso, a figura havia se movido. Eu não em pensei em nada na época. Corri para o meu quarto e olhei pela janela e percebi que ele tinha novamente havia se movido. A figura estava agora olhando para a casa. Normalmente ele só olhava para as turbinas.

Passei o resto da noite pensando em tudo o que tinha acontecido naquele campo. O que era essa coisa? Tinha que ser uma pessoa. Talvez ele estivesse preso. Se ele não foi embora, talvez porque esteja precisando de ajuda, certo? Eu fui para a cama naquela noite me sentindo um pouco estranho. Não tenho medo, apenas, estranho.

No dia seguinte, minha mãe saiu de novo e ela me deu a opção de ficar em casa ou ir com ela. Eu fui com ela? Não, claro que não fui. Eu fiquei em casa e voltei para os campos com uma sensação de medo no meu estômago. Eu não sabia o porquê. Esta pessoa parecia solitária. Eu precisava perguntar o que ela estava fazendo. Eu arranquei alguma coragem e comecei a caminhar. Eu nem pisquei. Eu só mantive meus olhos sobre a figura durante toda caminhada. Ele definitivamente estava olhando para mim, sem dúvida. Eu acenei para ele, por sua vez, não recebi nenhum gesto de volta.

Conforme eu me aproximava, notei a roupa que a figura estava usando. A maioria das roupas da figura era vermelha. A figura usava um chapéu com uma pena branca no topo. Até mesmo os sapatos eram vermelhos. Poderia ver o rosto agora. Eles tinham um nariz bulboso vermelho. A parte inferior, a metade de seu rosto foi pintada de azul. Parecia que seus lábios estavam pintados de branco. Esta pessoa era um palhaço. O que um palhaço estava fazendo no meio de um campo observando minha casa?

- Olá – Eu gritei.

Não houve resposta. Eu estava a uma distância de justa para o palhaço. A pessoa certamente era um homem. Chamei o palhaço. Nenhuma resposta ainda.

- O que esta fazendo aqui? – Eu perguntei.

De repente, o palhaço num piscar de olhos levantou um pouco a cabeça. Eu dei dois passos para trás.

- Está me ouvindo? – Eu perguntei.

- Você deveria dar mais passos para trás - O palhaço finalmente me respondeu.

- Qual é o seu nome – Eu continuei interrogá-lo.

- Meu nome não importa. Estou aqui porque quero estar aqui. Eu moro aqui, criança... – Respondeu o palhaço.

- Não! Na verdade eu moro aqui - Eu disse, tranquilizando-o.

- Eu moro aqui. Você me perturbou. - E aqueles que me perturbam me ajudam a pintar.

Eu fiquei confuso sobre esta última parte. Ajudá-lo a pintar o que?

- O que quer dizer? Eu vou contar pra minha mãe sobre isso. – Eu disse com uma autoridade infantil. Claro que pensei que eu estava certo. Eu era uma criança. Eu era o chefe nesta conversa. Pelo menos assim eu pensei.

- Sua mãe vai recusar acreditar em você, garoto. Ela é apenas uma mulher sem coração. Ela já me viu. Por que você acha que ela não quer você venha no campo? Ela sabe de mim. Ah eu a avisei. Eu realmente avisei.

Eu estava ouvindo atentamente. Minha mãe esteve aqui? É por isso que ela estava me dizendo para ficar longe? Não, não pode ser. Isto deve ser meu pai caracterizado. Eu pensei que era uma piada cruel para me manter longe deste campo.

- Pare de brincar pai! –  Eu gritei.

- Você acha que seu papai virá te salvar? Não, ele não vai. Você sabe, os seus pais, te deixam muito tempo sozinho, não é? Você sabe o que quero dizer. Você é sempre deixado sozinho em casa. Por que acha que isso acontece? Eu disse a eles. Eu os avisei. Eles estão assustados. Eles têm medo de mim. Esperei por você por um tempo garoto. Quando eles estão fora, eu não estou.

- Como você sabe que eles me deixam sozinho? Quem é você? – Eu gritei

- Seu pior pesadelo.

Ele me cintou. Eu me virei e corri mais rápido que pude. Eu corri e corri e corri por um longo tempo. Olhei para trás. Ele tinha ido. Eu corri volta para casa. Meus pais ainda não tinham chego. O céu estava tão escuro. Era sete da noite. Mamãe e papai devem estar em casa logo, pensei. Eu desatei a chorar e fui para o telefone. O telefone foi quebrado em pedaços. Alguém deve já deve estar em casa. Ah não. Não pode ser!

Eu tinha que sair da casa. Eu estava nas inundações de lágrimas e meus olhos ardentes mantinham a borrar tudo. Esfreguei-os violentamente, quando repetidamente tentei abrir a porta da frente. Mas ele estava do outro lado impedindo eu abrir. Eu ficava puxando a porta, mas nada. Se essa coisa quer meus pais fora de casa, por qualquer motivo, seria por algo no quarto deles? Tentei sacudir para fora o pensamento, mas ele manteve nublando a minha mente. Ouvi barulhos vindos da cozinha. Enxugando as lágrimas, fui lá em cima e invadi o quarto da minha mãe sem pensar em qualquer coisa.

Uma vez que a porta tinha quebrado na parede ao lado dele, fiquei em silêncio. Não queria escrever sobre isto, mas, pendurado no teto, era meu pai. Três correntes surgiram do teto, cada um cavado nas costas, sangue ainda escorrendo de seu corpo sem vida. Eu vomitei. Continuei vomitando toda vez que eu olhava para a coisa. As paredes estavam cobertas por palavras. Depois de arremessar meus olhos para longe do corpo várias vezes notei que as palavras eram todas iguais.

"Sacrifício".

De repente, quando olhei para porta, era ele. O palhaço. Eu gritei enquanto ele caminhava aproximando mais e mais na minha direção. Ele segurou um pincel na mão esquerda e um pote de tinta na sua direita.

- Eu te avisei - ele falou. Ele atirou-se na minha direção. O pote de tinta veio em direção a minha cabeça. Eu gritava e cobri os olhos e então, eu acordei.

Isto parece ser uma trama estúpida, não é? Mas não é. Por favor, continue lendo. Você tem que descobrir a verdade. Foi um sonho, e era de manhã cedo. Eu sonhei com o calvário inteiro. Caminhei lentamente lá pra baixo, segurando a minha cabeça, ela doía muito. Devo ter esperneado no meio da noite por causa do pesadelo e bati com a cabeça. Eu fui vomitar devido ao meu sonho, fez-me sentir mal do estômago. Talvez eu estava ficando doente. Eu chamei pelos meus pais. Nenhuma resposta. Eles devem estar lá fora. Eu fui para a porta de trás, abriu-a e mancando do lado de fora. Eu chamei de novo. Ainda sem resposta. Caminhei até a borda do jardim para ver se eles estavam nos campos. Eu vi alguma coisa à distância. Achei que eram eles. gritei e a figura olhou para mim e acenou. Fiquei feliz de saber que os meus pais estavam sãos e salvos, e que eu ia ficar bem. As turbinas não estavam girando naquela manhã. Passei o resto da manhã assistindo TV. Eu não me incomodei olhando pela janela para ver onde eles estavam. Eu estava muito envolvido assistindo desenhos animados.

Por voltas das 4 da tarde, eles ainda não haviam retornado para a casa. Fui lá fora para procurá -los e foi quando eu parei congelado no meio do jardim. Uma das turbinas estava vermelha. Quando eu olhei para ele, eu gritei de horror. No final de 2 dos "braços" da turbina, havia corpos girando, girando, girando. A figura à distância começou a acenar-me novamente. Ah não. Não podia ser! Isso foi um sonho. Eu era uma concussão! O pote de tinta tinha me feito desmaiar! Foi quando notei que uma escrita em cima do muro. A escrita que não estava lá antes. As palavras que me fizeram sofrem por incontáveis anos até agora.

"Obrigado por me ajudar a pintar!"